Tuesday, December 30, 2008

bom ano novo


não gosto muito desta frase, tantas vezes repetida, por cortesia quase. eu desejo-vos não bom ano novo, antes que os novos dias venham com calor e alegria.

que se aceitem naquilo que não podem mudar e que esqueçam a grandes resoluções. a mudança pode acontecer todos os dias. é também importante agradecermos as coisas que não mudaram.

Saturday, December 6, 2008

the national and then martha wainwright

yesterday
We’ll stay inside til somebody finds us
do whatever the TV tells us
stay inside our rosy-minded fuzz for days
We’ll stay inside til somebody finds us

today
I will not pretend
I will not put on a smile
I will not say I'm all right for you
When all I wanted was to be good
To do everything in truth
To do everything in truth

Oh I wish I wish I wish I was born a man
So I could learn how to stand up for myself

Sunday, November 30, 2008

Bocejar é mesmo contagioso

estudos em chimpazés e humanos provam este facto.
e quem o nega tem problemas de auto-reconhecimento e empatia.

não é interessante?
na revista do DN de hoje

Monday, November 24, 2008

Quando te posso trazer comigo para nos descobrirmos?

Tuesday, November 18, 2008

Wednesday, October 29, 2008

finestre di fronte


as janelas à minha frente

Sunday, October 12, 2008

Improve everywhere

O agente nesta foto ameaça saltar (desta altura imensa) e assim cometer o suicídio.

Improve everywhere
É um movimento norte-americano, que chama a atenção a questões sociais prementes.
Tornam um jogo dos miúdos de uma aldeiazinha num evento nacional. Os miúdos deram autógrafos nas bolas de basebol, apareceram na NBC e no fim até tiveram direito a conferência de imprensa.
Organizam dias em que andam sem calças e outros em que andam sem T-shirt (como na foto).

Criaram momentos únicos na estação central de NY. Os agentes paralisaram durante 5 minutos, fazendo com que os outros passageiros parassem também. A reacção, registada no site, é inacreditável! A acumulação de pessoas à volta dos paralisados foi imensa.
E muito mais, bandas desconhecidas a que esta organização atribui um público devoto e numeroso, criação de comédias românticas in vivo em táxis.
Vale a pena ir ao site, eles têm muitas fotos e vídeos para caracterizar, em cada missão.

Saturday, October 11, 2008

Do they notice?

Será que eles reparam no reflexo do pôr-do-sol, nos vidrinhos da janela?
Será que a mãe deles também sorri como a minha quando a abraço?
Será que eles observam as pessoas, as que estão tristes e têm uma lágrima quase invisivel na intersecção entre as duas pálpebras, as que querem falar e metem conversa até sobre a sua muleta, as que trocam sorrisos cúmplices?

Será que eles também têm medo de deixar os sonhos para trás?
Será que também se chateiam com o ar condicionado que nos arrefece as costas?
Será que têm uma música no ouvido?
Será que lêem os stencils e graffitis revolucionários?
Estarão à espera de uma mensagem? Será que desejam encontrar alguém?


Em que pensam? O que lhes pesa? Quem os espera?
Qual será o seu segredo?

Sunday, September 28, 2008

às vezes empatizar com as pessoas é imediato. e quando damos por nós falamos, não falamos só da nossa vida, mas daquilo em que acreditamos e daquilo de que nos rimos.

junto à árvore que cheira mal, surgiu:
"devíamos bater no homem que nos rouba no metro, esta crença de não-violência absoluta é uma barreira social"
"o que aprendi ao consumir tanta erva é a não me preocupar tanto com o que os outros pensam de mim. quando estava pedrado tinha atitudes inacreditávelmente estranhas, mas aprendi esta lição valiosa." "bem, eu acho que também vou consumir muita erva. tudo o que te leve aprender lições importantes..."

"cama-cama-camaleon, you come and go" (usado como arma de arremesso). é o exemplo perfeito daquilo que os alemãos chamam "verme de ouvido", as músicas que não descolam do ouvido.

Sunday, September 21, 2008

intimidade


(davide, coimbra, 2008)

Thursday, September 11, 2008

e da ligação com as palavras

detesto "liga-me quando precisares", o "amigos para sempre".
detesto "o tempo está chuvoso", "a estações estão todas fora do sítio"
detesto "tudo bem?" que não espera a resposta.
detesto o "desculpe a maçada", "esteja à vontade, faça de conta que está em sua casa".

adoro o "então pequena flor?"

adoro o "quem me dera que estivesses aqui"
adoro a resposta sincera ao tudo bem, "não porque escolhi esta pileca e está um frio do caraças", "a minha mãe estava triste ao telefone", "deixei a chave dentro de casa e tive de chamar os bombeiros", ou "sim, estive a comprar prendas!", "sim, estive a passear o meu cão", "fui elogiada pela primeira vez no meu emprego".

adoro a Yael Naim, mesmo quando canta em hebraico.

wanted: a better day

hoje estou desiludida com as pessoas.

preciso de criar para poder voltar a encontrar a beleza contida em mim.
acredito no "We don't see things as they are, we see them as we are."

Thursday, September 4, 2008

Silêncio

e no meio da perda sobra-nos o silêncio.

o pai morrera assim de um sopro. foram apenas alguns dias de premonição e inquietude até tudo se confirmar. e no meio da insónia, dessas noites densas, era o silêncio que mais custava suportar.
é assim que choramos porque não ouvimos ressonar.

Saturday, August 30, 2008

Cinema: Once

hoje vi este filme, que recomendo, é cinema independente de primeira qualidade. Eles ganharam o Oscar para melhor canção original com esta música.


Ver a entrega deste Oscar foi inacreditavelmente comovente. Eles são duas pessoas que, sem qualquer financiamento, sem fama ou glamour, juntaram o seu talento, partilharam as dificuldades e se superaram.
E isto é tão verdadeiro neles que consigo emocionar-me quando dizem frases feitas, como "sigam os vossos sonhos" e "make art".
(O Jon Stewart diz, com sarcasmo, no final do agradecimento do Glen "Wow! That guy is so arrogant!")

Monday, August 18, 2008

Ler

La suma de los días (Isabel Allende)

A autora conta-nos a sua vida depois da morte de Paula.
É muito engraçado porque parece que agora temos uma amiga escritora.
Conta-nos com toda a auto crítica que eu lhe exigiria as suas memórias, que no seu caso, é inevitavelmente a história do quotidiano da sua familia e dos amigos mais próximos- a sua tribo. Como se envolve em cada crise, como nos faz rir com cada tragicocomédia, a descrição dos seus amigos excêntricos são os pontos fortes deste livro, que vai de encontro à máxima "a realidade ultrapassa a ficção" ou como diria a autora "Cada vida, un folletín".
"Habia sido educado, había crecido y hasta ese momento habia vivido en la camisa de fuerza de las convenciones sociales. Se la quitó de un tirón y perdió el miedo al futuro. En ese momento descubrió (...) que: "Los demás tienen más miedo que tu".
Repito estas palabras cuando me enfrento a cualquier asunto que parece temible, desde un auditorio lleno de público, hasta la soledad."
p. 320 da edição em castelhano

Fotografar em férias





Thursday, July 31, 2008

Saturday, June 14, 2008

O que fariam vocês "um Dia"?

eu seria mais irónica.
mantém as minhas gargalhadas barulhentas activas.

Friday, June 13, 2008

Pessoa inédito

gosto do céu porque não creio que elle seja infinito
que pode ter comigo o que começa nem acaba?


impenetrable blue, museu arte contemporânea, museu do chiado, Lisboa

Friday, June 6, 2008

'Cause I don't know who I am



Missy Higgins, where I stood
eu desequilibro-me, literalmente, a ouvir esta música (no ginásio).
e ainda bem porque nunca teria ouvido uma música cujo autor se designa a si próprio Missy e vale a pena!

Retalhos em Viagem

"-Morreram-me 7 homens! (...)
- E quê? Vais chorar?
- Eu não choro, eu chovo tormentas e tempestades!"

Teatro do Frio

Thursday, May 29, 2008

droga!

hoje descobri o que as drogas fazem conosco.
elas parasitam os sistemas biológicos cerebrais.
Como?
O sistema de recompensa (reforço) é estimulado de uma forma megalomana (grandes concentrações de neurotransmissores) quando consumimos droga, mil vezes mais do que quando comemos e sentimos fome, do quando temos sexo com líbido... E o trabalho para chegarmos ao prazer (reforço) é mínimo, fumar, injectar, deglutir. O prazer e todas as questões emocionais estão intimamente ligadas à memória, ninguém consege esquecer que consumiu droga.
o problema principal chega com a tolerância à droga. O estímulo megalomano inicial é percepcionado como um estímulo de proporções cada vez mais pequenas.
E os estímulos pequeninos, que almoçar, matar a sede ou telefonar a um amigo dão, tornam-se microscopicos!!!
e assim é que a vida perde a cor, temos a dor da privação e o alívio da toma.
e nada mais. nada de leite creme, orgamos, refresco em tarde de verão ou o quentinho no estômago depois daquele sorriso.

Saturday, May 24, 2008

Paolo Nutini



S., em especial, para ti. pequena retribuição por todos tesouros nusicais que me ofereces e acabam por fazer parte da minha vida.

li algo semelhante em "eu sou um lápis": a arte não é apenas importante, ela torna a vida suportável.

Saturday, May 17, 2008

a morte não é uma sala de hospital, não é estar ali sentada com as músicas do festival da canção de 68, já não és quem ali está. E é estranho que é aquilo que a enfermeira não me diz que me diz tudo, o seu "a médica já fala consigo".
Depois ao ver-me perdida, repete-me a mesma frase do cinema: "fale com ela, que ela ouve-a". E, por uma vez, como é difícil reconhecermos o discurso! A minha timidez faz com que a nossa interacção seja restrita, afago-te a testa e digo um "bom dia" em jeito de "gosto de ti".
Uma hora depois e tudo se confirma, já não voltas para nós.
E aí, quando voltamos a tua casa, à casa que será sempre tua, uma dor mais fina e absurda nos consome. É aqui que a tua morte é palpável.
Escolhemos a tua última roupa e pensamos em ti dentro de todos os fatos que não mais vais usar, tentamos não ver os teus óculos, deitamos fora a escova de dentes, pensamos no que fazer ao teu telemóvel. Como são absurdas as coisas por si só, como é denso o vazio que fica sem a pessoa que interage. Ali ficamos durante a tarde a passear por aquilo sítio tão teu, deseperadamente a tentar ter uma ocupação, obcecadamente à procura de fazer qualquer coisa.
O estufado que nasceu deste desespero, ficou a ocupar o frigorífico, como todos já adivinhavamos.
Bate-me mais forte o coração por ver o caixão a chegar.
É uma certeza, repito-me para ter a certeza, "Já não voltas para nós".
A ideia que me consola é a de que "te tivemos".
E é difícil conhecer pessoas tolerantes, que sofreram mas não amarguraram, que criaram raízes tão fortes nas pessoas que as rodeiam, pessoas que souberam fazer amigos, mas que sobretudo souberam manter amizades.
Ficarás sempre conosco, é também uma certeza.
"Acerca das coisas de que não se pode falar, tem que se ficar em silêncio" Wittgenstein
e no entanto é precisamente acerca dessas coisas que não podemos de forma alguma ficar calados...
(na revista "um café")

Thursday, April 3, 2008

we drink tonight



If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun

Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

Elephant Gun, dos fantásticos Beirut

Sunday, March 23, 2008

letras

A literatura invadiu meu cotidiano. Minha vida de leitora não começou muito cedo. Eu me interessava por outras coisas. Acabei me apaixonando pelos escritores primeiro e depois por seus livros. Os escritores que frequentavam nossa casa eram divertidíssimos. Eu achava graça deles e ia atrás de seus livros - contou ela. - Passei a escrever, acho, para participar da festa.

Se uma criança não entende uma palavra ou outra, ela vai fazer um esforço de compreensão. Não escrevo para uma criança entender o que eu escrevo, mas para ela entender o que eu não escrevo.
Marina Colansati
uma escritora brasileira que descobri recentemente

Thursday, March 20, 2008

auto-consciência


"I'm a pretty impossible lady to be with" kimya dawson

Tuesday, March 18, 2008

fobia social

viagem coimbra-oriente, 2008

alguém me disse "no dia 3 de Setembro de 2006, deixei de ter medo de falar com as pessoas, porque consegui falar com uma rapariga, não disse nada de complicado, usei apenas palavras muito simples."

a exposição e alguns sucessos individuais marcantes são suficientes para alguém quebrar o ciclo vicioso.

e quebrar o ciclo... é tudo. é quase sempre tudo.
não damos conta, mas todas as nossas relações mudam todos os dias, todos mudamos.
"Agora sei que nada é fixo: há sempre um por fazer. Há sempre outro partir depois de cada chegar.Agora sei que para saber é preciso rasgar as mãos... e procurar."

procura-me quando quiseres...

Sunday, March 16, 2008

luz

We should shine a light on, a light on. And the book of right-on is right on, It was right on.
a deliciosa e bizarra Joanna Newsom

no feito conceito, MJ,2008

Saturday, March 15, 2008

posso conhecer-te outra vez ?